O Brasil encerrou neste domingo a participação no Campeonato Continental de Boxe, que reuniu em Tegucigalpa, capital de Honduras, os principais pugilistas das Américas. O grande destaque foi a medalha de ouro conquistada por Beatriz Ferreira, o segundo título conquistado por ela em duas competições internacionais disputadas pela Seleção. No masculino, Michel Borges (81kg) foi bronze e se classificou para a disputa do Mundial da Alemanha, vaga que Wanderson Souza (60kg), Jhonathan Soares (69kg), Joedison Teixeira (64kg) e Juan Nogueira (91kg) conseguiram na repescagem.
Beatriz Ferreira foi ouro ao bater na final a canadense Caroline Veyre na sexta-feira. Antes de ser campeã do Continental, a pugilista conquistou o título do Belgrado Winner em sua primeira competição pela Seleção. “Foi muito legal! Acho que senti todas as sensações: medo, nervoso, confiança, ansiedade… E lutei com meninas das antigas no boxe. E fora que sempre ouvi falar do Continental. Eu assisti ano passado a Adriana (Araújo, medalhista em Londres 2012) lutar pela internet e agora era minha vez. Quando eu fiz a primeira luta e já tinha garantido a medalha, eu já estava muito feliz, mas sabia que podia levar o ouro”, afirmou a brasileira, que derrotou na estreia Elki Chacon, da Nicarágua, por nocaute em luta válida pelas quartas-de-final e depois venceu a venezuelana Krisandy Ríos na semifinal.
“Entrei nesse ano de 2017 muito focada no boxe, querendo sempre a evolução e estava treinando muito. Quero me manter invicta por bastante tempo e, pra isso, tenho que manter o foco o tempo todo. A minha meta é Tóquio 2020 e eu creio que posso chegar no pódio lá também”, acredita a medalha de ouro.
Medalha de bronze e vaga no Mundial
Michel Borges (81kg) ficou com a medalha de bronze depois de perder uma semifinal contestada. Ele enfrentou o equatoriano Carlos Mina e conseguiu derrubar o adversário no primeiro assalto. Depois disso, a luta foi equilibrada até o final dos três rounds com os dois boxeadores trocando muitos golpes. O resultado, no entanto, foi polêmico. Três juízes deram a vitória para o pugilista do Equador, que se classificou para a final, enquanto Borges teve que se contentar com a medalha de bronze.
Para chegar à semifinal e conseguir a classificação para o Mundial, Michel Borges derrotou nas quartas-de-final Osmar Amador, da Nicarágua, por 4 a 1. Ou seja, dos cinco juízes, quatro deram vitória para o brasileiro.
Repescagem
No final de semana, os boxeadores brasileiros eliminados nas quartas-de-final disputaram a repescagem em busca de conseguir a classificação para o Mundial. No sábado, mais duas vagas foram conquistadas para o país com Wanderson de Oliveira (60kg), que bateu o costarriquenho Abraham Mora por decisão unânime dos árbtros, e Jonathan Soares (69kg), que nocauteou Jayro Duran, de Honduras, a 1min39s para o fim do segundo assalto.
No domingo, Joedison Teixeira (64kg) conquistou a sua vaga lutando contra o boxeador Christiann Palacio, da Venezuela. Para não correr o risco de perder a chance da classificação, o brasileiro dominou o combate e venceu por unanimidade. Pela primeira vez em sua carreira, Joedison representará o Brasil em um Mundial
Já com Juan Nogueira (91kg), a superação pode ser vista de um outro ângulo. Ele conquistou pela terceira vez em sua carreira a oportunidade de representar o Boxe do Brasil em Campeonatos Mundiais. Na repescagem, ele venceu por unanimidade o norte-americano Adrian Tillman.
Eliminados
Hebert Souza (75kg) foi derrotado pelo guatemalteco Lester Martinez, mas saiu do torneio de cabeça erguida, já que o Campeonato Continental foi a primeira competição internacional da carreira dele.
Grazi Souza (51kg) levou azar no sorteio. Ela pegou logo de cara aquela quer seria a campeã do Campeonato Continental, Virgínia Fuchs, que protagonizou uma grande campanha vencendo inclusive a medalhista olímpica Ingrit Lorena, da Colômbia. Já Carlos Silva (56kg) teve pela frente um experiente atleta da WSB, o dominicano Leonel Santos e acabou eliminado na primeira luta.