Campeã olímpica nos Jogos Rio 2016, a judoca Rafaela Silva continua a receber os frutos pela conquista da merecida medalha de ouro. Nesta terça-feira, em Doha, no Qatar, ela recebeu o prêmio pela performance mais inspiradora da Olimpíada entregue pela Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (ACNO).
“Eu acho que esse é o meu objetivo através do esporte. Independentemente de onde a gente vem, com qual cor vai nascer, é só correr atrás e batalhar que a gente consegue realizar. Depois do ouro, muitas crianças entraram no Instituto Reação, alguns atletas voltaram a treinar, recebo mensagens nas redes sociais. Tem muita gente. Fico bem feliz por saber que alguma coisa que eu faço, sem intenção nenhuma, esteja transformando a vida de tantas pessoas”, disse a judoca em entrevista ao Globoesporte.com.
Rafaela Silva nasceu na Cidade de Deus, comunidade pobre e violenta da zona oeste do Rio de Janeiro. Foi descoberta em um projeto social, que foi o embrião do que é hoje o Instituto Reação, pelo qual a judoca continua a competir.
“Eu nunca pensei que fosse conhecer São Paulo, que é do lado do Rio, quanto mais outras cidades pelo mundo, que eu conheço através do esporte. Então, acho que esse troféu vai incentivar cada vez mais os jovens a mudarem de vida como eu mudei através do judô. Eu nunca participei de uma festa nesse nível, só vi pela televisão. Participar e ser homenageada é muito gratificante para o atleta”, disse Rafaela Silva, que estava devidamente vestida em traje de gala para receber o prêmio, ao Globoesporte.com.
Além das dificuldades econômicas que teve para chegar onde chegou, ela teve que superar um drama após a eliminação na Olimpíada de Londres. A atleta foi achincalhada pelas redes sociais com citações racistas. Por conta disso, quase abandonou a carreira. Mas ajudada pela família, pelos amigos e companheiros do Reação, deu a volta por cima, foi campeã mundial em 2013 e se consagrou com o ouro no Rio de Janeiro.
Além de Rafaela Silva, foram homenageados pelo ACNO a tenista Monica Puig, que foi a primeira mulher de Porto Rico a ganhar uma medalha de ouro olímpica na história, como a melhor atleta feminina da Rio 2016, o sul-africano Wayde Van Niekerk, que entrou para a história ao bater o recorde mundial dos 400m que pertencia ao lendário Michael Johnson há 17 anos, como o melhor atleta masculino, o time britânico de Hóquei Sobre a Grama como a melhor equipe feminina, e o time de Fiji de Rugby como a melhor equipe masculina.