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Vôlei

Zé Roberto recomeça trabalho de olho na renovação, mas com esperança de ter Sheilla e Fabiana

José Roberto Guimarães continuará como técnico da Seleção Brasileira feminina de vôlei até a Olimpíada de 2020 em Tóquio. No comando da equipe desde 2003, o treinador que ganhou a medalha de ouro nos Jogos de 2008 e 2012, ficou abalado depois da eliminação precoce na Rio 2016, quando o time foi derrotado pela China nas quartas-de-final, pediu um tempo para pensar, mas decidiu permanecer. O anúncio oficial aconteceu na manhã desta sexta-feira em entrevista coletiva na sede da Confederação Brasileira de Vôlei.
 
“Eu também não me via fora da confederação, fora do vôlei brasileiro. Estamos completando 13 anos à frente da seleção, agora coordenando também o vôlei de base, que tem sido um trabalho muito gostoso de fazer (…)  Foi amargo pensar em como a gente perdeu (no Rio). Deu um sentimento de não ter cumprido a missão. Depois de 2008 e 2012 me senti com a missão cumprida. Agora não me sinto. Sinto que tenho coisas a fazer”, afirmou o treinador, que garantiu ter objetivos claros para os próximos anos. “O mais importante é permanecer entre as melhores seleções. Ganhar e perder faz parte da trajetória, assim como para os outros times. Mas o mais importante é se manter entre os melhores. Começamos o ano como Grand Prix, onde podemos jogar contra as melhores, depois Copa dos Campeões, Sul-Americano, que é classificatório para o Mundial, em que batemos três vezes na trave”, completou, se referindo à programação que a Seleção Brasileira terá pela frente em 2017.
O grande desafio para José Roberto Guimarães será o trabalho de renovação que precisará ser feito. Na última Olimpíada, a base da equipe foi formada pelas atletas que haviam ganho a medalha de ouro em Londres. Para o próximo ciclo, jogadoras importantes como Sheilla e Fabiana anunciaram a aposentadoria da Seleção e outras como Dani Lins e Jacqueline ainda não se decidiram sobre o futuro. “Uma transição é sempre difícil. Ainda não estou muito convencido que algumas jogadoras não possam vir a jogar ainda pela seleção. Elas são jovens ainda por idade, são privilegiadas quanto ao físico. A tentativa sempre vai existir. Elas tiveram importantes serviços prestados ao vôlei. Sheilla e Fabiana estão há 14 anos. Elas têm bola para continuar jogando, mas sonham com outras coisas”, analisou. “Nas seleções de base temos jogadoras novas aparecendo, acho que temos um futuro promissor pela frente. Nos Jogos não tivemos o resultado que almejávamos depois um bom Grand Prix, mas tivemos uma situação difícil num jogo seco contra a China”.
José Roberto Guimarães deixou também a aberta a possibilidade de voltar a dirigir um clube simultaneamente com o trabalho na Seleção Brasileira. A seleção é o foco principal. Estou tentando montar um time para jogar a Liga B,mas está difícil arrumar patrocínio. Mas seria um grande desejo. Tem jogadoras que estão fora, sem time, para tentar ter o acesso para a Superliga. A CBV nunca fechou a questão de ser técnico de equipe e de clube, então estamos correndo atrás também
Além da permanência de José Roberto Guimarães, a CBV anunciou uma mudança entre dirigentes. Radamés Lattari assume como diretor de vôlei de quadra no lugar de Renan Dal Zotto, que se afastou por questões pessoais, e vai acumular o cargo com a direção de competições de quadra. O próximo objetivo da entidade agora é garantir a permanência de Bernardinho no comando da seleção masculina como garantiu Ricardo Trade, CEO da CBV. “Demos o Zé de presente para o povo brasileiro. Sobre o masculino, não há novidades. Deixamos para o Bernardo claro que queremos a permanência dele. Tanto ele quanto o Zé eram nossas vontades. Nunca houve dúvida alguma. Estamos respeitando o tempo pedido por ele para decidir”.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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